Etnias:
Não existem dados oficiais sobre a composição
étnica da população paraguaia, devido a que a Dirección
General de Estadísticas, Encuestas y Censos do
Paraguai não inclui o item raça
ou etnia, embora inclua a porcentagem de indígenas puros que habitam o país
(segundo o censo do ano 2002,
a população indígena do Paraguai representava 1.7%
da população). Cerca de 40.000
índios puros habitam as florestas do Chaco Ocidental e do Nordeste. A população
do país, que antes da Guerra do
Paraguai (1864-70) era de 500.000
habitantes, foi reduzida a menos da metade depois do conflito.
A evasão por
questões políticas ou econômicas também contribuiu para a baixa densidade
demográfica. Existe, porém, uma ampla presença europeia, que representa uma grande
parte da população, principalmente de espanhóis, alemães, italianos (que têm contribuído a repovoar o país
após a Guerra da Tríplice Aliança). Uma das últimas e importantes
correntes imigratórias do país foi a dos menonitas alemães estabelecidos, maiormente, na Região Ocidental.
Religião:
O catolicismo é a religião mais popular, não mais
oficial desde a atual constituição. Aconstituição de 1992 admite a livre prática de qualquer
tipo de religião ou crença.
89,6% da população são católicos e 6,2% são protestantes, com predominância de menonitas. Há também minorias que
incluem 1,1% de cristãos de outras afiliações, 1,9% de outras religiões e 1,1%
de ateus.
Os primeiros missionários
foram os franciscanos (1542), seguidos dos jesuítas, que fundaram no começo do século XVII as Missões,
onde se concentraram mais de 300 000 guaranis, em sete reduções, no sudeste do Paraguai. Esse notável
empreendimento catequético e social tinha bases econômicas definidas: agricultura, pastoreio, artesanato,indústria, artes, ao lado de magníficas igrejas.
As Missões constituíram
um verdadeiro estado autossuficiente, de caráter teocrático e comunitário, que
chegou a existir por mais de 150 anos (1610-1768), resistindo ao assédio dos paulistas. Com o tratado de Madrid e com a expulsão dos jesuítas (1767),
as Missões foram invadidas e devastadas, voltando os índios ao estado primitivo.
O arcebispo de Assunção era membro do conselho de Estado até 1992, que designava altos
dignitários eclesiásticos pelo direito do padroado real. Cerca de metade dos padres do país (quatrocentos no total, um para cada
mil pessoas) são franciscanos, membros de ordens predominantemente europeias e têm criticado as violências da ditadura de Alfredo
Stroessner.
As denominações
protestantes (menonitas, batistas, pentescostais) dependem
predominantemente das missões estrangeiras, sem suficiente liderança nacional.
Cultura:
A característica marcante
da cultura paraguaia é a persistência da tradição guarani, entrelaçada com a hispânica. Embora as publicações em
guarani sejam numerosas, a maioria da população conhece os dois idiomas. O guarani é empregado como linguagem doméstica e
o espanhol na vida oficial e comercial.
As duas maiores e mais
tradicionais universidades são a Nacional
de Assunção, fundada em 1890 e a Católica,
em 1960. A maioria dos paraguaios
professa o catolicismo, mas
outros cultos são tolerados. As principais instituições culturais do país estão
na capital: a Academia Nacional de Belas-Artes, o Conservatório Nacional de
Música, a Orquestra Sinfônica de Assunção, a Biblioteca Nacional e o Museu de
História Nacional e Etnografia. São famosas as qualidades melódicas da música
popular paraguaia, que, em vez da influência africana de outras nações
americanas, manteve traços da cultura guarani, particularmente as guarânias, acompanhadas por violão e
de ritmo dolente.
Villarrica, há 179 km de distância de
Assunção e fundada em 1570, é o segundo centro cultural e universitário mais
importante do país, logo atrás de Assunção.
O isolamento do país
durante boa parte do século XIX não foi propício ao desenvolvimento
literário. Guerras cruentas motivaram uma literatura de exacerbado nacionalismo
e os autores que divergiam essa linha eram ignorados ou tachados de
derrotistas, o que levou muitos deles a abandonarem o país. Só na década de 1940 surgiu o primeiro grupo poético
coerente, com obra reconhecida, Óscar Ferreyro e Augusto Roa Bastos, entre outros
autores. Em 1952, Gabriel
Casaccia publicou em
Buenos Aires La
babosa (A lesma), primeiro grande
romance de um autor paraguaio. Outros romancistas surgidos mais tarde foram
Jorge Rodolfo Ritter e Juan Bautista Matto.
As missões jesuíticas instaladas no Paraguai do início do século XVII até 1767 cobriram o país de notáveis obras
arquitetônicas, a maioria das quais, no entanto, foram reduzidas a ruínas.
Outras sobrevivem e permitem apreciar o esplendoroso desenvolvimento, na
região, do barroco colonial.
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